
Sem um vislumbre de amanhã, é impossível a esperança. O passado não gera esperança, a não ser quando se recordam momentos de rebeldia, de ousadia, de luta. O passado entendido como imobilização do que foi, gera saudade, pior, nostalgia, que anula o amanhã. Quase sempre as situações concretas de opressão reduzem o tempo histórico dos oprimidos a um eterno presente de desesperança e acomodação. O neto oprimido repete o sofrimento do avô. É o que ocorre com as maiorias nordestinas deste país. Existencialmente cansadas, historicamente anestesiadas.
Paulo Freire em À Sombra desta Mangueira - Editora Olho Dágua, p. 31.
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