MENSAGEM

sábado, 27 de junho de 2009

O EVANGELHO.


Eu sinto verdadeiro espanto no meu coração

Em constatar que o evangelho já mudou.

Quem ontem era servo agora acha-se Senhor

E diz a Deus como Ele tem que ser ...

Mas o verdadeiro evangelho exalta a Deus

Ele é tão claro como a água que eu bebi

E não se negocia sua essência e poder

Se camuflado a excelência perderá!


Refrão

O evangelho é que desvenda os nossos olhos

E desamarra todo nó que já se fez

Porém, ninguém será liberto, sem que clame

Arrependido aos pés de Cristo, o Rei dos reis.

O evangelho mostra o homem morto em seu pecar

Sem condições de levantar-se por si só ...

A menos que, Jesus que é justo, o arranque de onde está

E o justifique, e o apresente ao Pai.Mostra ainda a justiça de um Deus Que é bem maior que qualquer força ou ficção

Que não seria injusto se me deixasse perecer

Mas soberano em graça me escolheu

É por isso que não posso me esquecer

Sendo seu servo, não Lhe digo o que fazer

Determinando ou marcando hora para acontecer

O que Sua vontade mostrará.


Composição: Paulo Cezar DO GRUPO LOGOS.

PALAVRAS E AÇÕES.


Viver é assumir compromisso com o bem. Mas a força do bem nasce das ações, nunca das palavras. O discurso da moralidade tende a tornar-se a caverna onde hipócritas escondem suas mentiras; mentiras que iludem a eles próprios.


Os pecados que o beato domesticou se projetam nos outros feito maldições. Vícios dominados pelo fariseu condenam o próximo ao inferno. Só os perfeitamente puros acreditam conhecer as fronteiras da apostasia. Ao se verem como vigilantes da glória de Deus, são impelidos a guerrear contra tudo o que considerarem empecilho no avanço do Reino.


RICARDO GONDIM.

DOMINAR A TERRA?MAS COMO ASSIM?


Essa visão de interdependência entre todos os seres da natureza foi perdida pela modernidade. Nisso ajudou uma interpretação equivocada da Bíblia - a ideia de que Deus criou tudo e, por fim, entregou aos seres humanos para que "dominassem" a Terra. O domínio virou sinônimo de espoliação, estupro, exploração. Procurou-se arrancar do planeta o máximo de lucro. Os rios foram poluídos; os mares, contaminados; o ar que respiramos, envenenado.
Ora, não existe separação entre a natureza e os seres humanos. Somos seres naturais, porém humanos porque dotados de consciência e inteligência. E espirituais, porque abertos à comunhão de amor com o próximo e com Deus.


FREI BETTO-Frade Dominicano, Teólogo, Antropólogo, Filósofo, Jornalista e Escritor.

PAI-NOSSO.


Pai-nosso que estais no céu, e sois nossa Mãe na Terra, amorosa orgia trinitária, criador da aurora boreal e dos olhos enamorados que enternecem o coração, Senhor avesso ao moralismo desvirtuado e guia da trilha peregrina das formigas do meu jardim,


Santificado seja o vosso nome gravado nos girassóis de imensos olhos de ouro, no enlaço do abraço e no sorriso cúmplice, nas partículas elementares e na candura da avó ao servir sopa,


Venha a nós o vosso Reino para saciar-nos a fome de beleza e semear partilha onde há acúmulo, alegria onde irrompeu a dor, gosto de festa onde campeia desolação,


Seja feita a vossa vontade nas sendas desgovernadas de nossos passos, nos rios profundos de nossas intuições, no voo suave das garças e no beijo voraz dos amantes, na respiração ofegante dos aflitos e na fúria dos ventos subvertidos em furacões,


Assim na Terra como no céu, e também no âmago da matéria escura e na garganta abissal dos buracos negros, no grito inaudível da mulher aguilhoada e no próximo encarado como dessemelhante, nos arsenais da hipocrisia e nos cárceres que congelam vidas.


O pão nosso de cada dia nos dai hoje, e também o vinho inebriante da mística alucinada, a coragem de dizer não ao próprio ego, o domínio vagabundo do tempo, o cuidado dos deserdados e o destemor dos profetas,


Perdoai as nossas ofensas e dívidas, a altivez da razão e a acidez da língua, a cobiça desmesurada e a máscara a encobrir-nos a identidade, a indiferença ofensiva e a reverencial bajulação, a cegueira perante o horizonte despido de futuro e a inércia que nos impede fazê-lo melhor,


Assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido e aos nossos devedores, aos que nos esgarçam o orgulho e imprimem inveja em nossa tristeza de não possuir o bem alheio, e a quem, alheio à nossa suposta importância, fecha-se à inconveniente intromissão,


E não nos deixeis cair em tentação frente ao porte suntuoso dos tigres de nossas cavernas interiores, às serpentes atentas às nossas indecisões, aos abutres predadores da ética,


Mas livrai-nos do mal, do desalento, da desesperança, do ego inflado e da vanglória insensata, da dessolidariedade e da flacidez do caráter, da noite desenluada de sonhos e da obesidade de convicções inconsúteis,


Amemos.



FREI BETTO- Frade Dominicano, Teólogo, Antropólogo, Filósofo, Jornalista e Escritor.