MENSAGEM

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

"Não me envergonho do evangelho, mas morro de vergonha dos evangélicos!"

"Se você está tranquilo... é porque está mal informado" (frase escrita num muro em São Paulo)

O professor Alfonso López Quintás escreveu que "hoje, nem tudo está perdido, mas tudo está ameaçado". A suspeita domina. É difícil sentir-se completamente confortável na igreja de hoje. A "criatividade" duvidosa (por vezes, dolorosa) produz do ridículo ao bizarro em mísera meia hora de "culto".

Assumo: tô duvidando de tudo! Surge mais um apóstolo: duvido! Inventam mais uma "unção poderosa da sagrada fé": duvido! Acontece mais uma "micareta evangélica": duvido! Ocorre mais um surto de "milagromania": duvido! Outro "profeta" solta a "verborréia" (como diz o professor Gabriel Perissé), e eu duvido! Minha veia bereana fica alucinada toda vez que essas "coisas" ocorrem.

A salvação está na dúvida! Está na coragem de denunciar o óbvio. Na liberdade para ser do contra. Na alegria em não ser parte da mesma engrenagem tendenciosa do evangelicalismo de mercado da atualidade. Essa feira teológica é deprimente.

Por favor, chega daquelas fugas do tipo: "só devemos orar"; "não toque nos ungidos..."; "cada um tem um ministério..." Essas fugas são apenas as muletas que alguns usam para iludir as próprias pernas. Em nome do "ministério" surge cada palhaçada... Em nome dessa tal "unção", os púlpitos estão lotados de vigaristas da religiosidade. Em nome da "oração", a gente deixa a coisa correr... só Deus sabe para onde.

Um amigo meu, dos tempos de seminário, escreveu em sua página do Orkut: "Não me envergonho do evangelho, mas morro de vergonha dos evangélicos!" Por mais doloroso que seja, preciso concordar com ele. Duvido porque sei que o que vejo hoje não é digno do meu esfoço de fé.

Duvide! Não leve pra casa esse marmitex religioso apodrecido. Isso é o pecado da gula! Comer só por comer e beber só por beber, é matar de fome e sede nosso ser!

Aliás, fique à vontade pra duvidar desse texto também!

Fonte: ALAN BRIZOTTI


Ao Deus da minha vida


Acolheste-me em tua hospedaria.Delicado com o meu passado, mostras o tamanho de tua discrição.
Sem relutar, achega-te. Mesmo com muitas alternativas, decides ajudar-me a florescer. Não medes esforços para te revelares. Nunca te esquivas de meu olhar suplicante. Continuas a falar-me através dos violinos, das flautas, dos realejos. Percebo a tua simpatia no sorriso das crianças.
Porque és manso e humilde, encontro descanso para a minha alma. Caminhas comigo uma segunda milha. Perco a conta dos teus perdões.
Sem neurose ou fantasia, considero-te o meu modelo de vida.
Transformas meu resguardo em audácia; meu arrojo, em cautela; meu atrevimento, em circunspeção; minha timidez, em fibra. Animaste o meu cotidiano. Estimulas o meu enfado. Pacificas a minha afoiteza. Eu, fujão, aprendo resiliência contigo. Trêmulo, encaro os dias maus porque me vestes com a tua armadura. Apesar de petrificado com temores infantis, tua compaixão me constrange a continuar.
Em ti cabem todos os elogios: esplêndido, nobre, sublime, majestático. Abano palmas, grito aleluias, quero que o mundo saiba que és notável.
Tu não constas em hierarquias; não cabes em definições; transbordas os limites.
Meu ser se agita e minha língua trepida, só de pensar que sou alvo de teu interesse.
Meu coração é a tua tenda, meus pés, as tuas passadas e as minhas mãos, o teu toque. Resta-me sussurrar: Muito obrigado!
pastor ricardo gondim.