MENSAGEM

terça-feira, 30 de junho de 2009

Dias e dias.


Agora, está angustiada a minha alma, e que direi eu? Pai, salva-me desta hora? – Jesus Cristo.


Tem dias que as palavras não se completam, as frases acabam com reticências e os parágrafos perdem sentido. A gente sente uma ponta de melancolia espetando a alma. A banalidade de viver nos agride logo que tocamos o chão com os pés sonâmbulos.


Tem dias que olhamos a alvorada pela janela e engasgamos com o descaso do tempo. Escovamos os dentes, repetindo com movimentos circulares, a mesma rotina de décadas; vestimos a camisa que ainda guarda o cheiro do ferro quente; cadenciamos os passos e não notamos o vai-e-vem da maré que nos devora aos poucos.


Tem dias que assumimos nossa desvalia. Sabemos, sem jamais admitir, que todos os esforços são inúteis, todas as lágrimas, desnecessárias, todas as palavras, vãs. Só a inércia nos tange adiante. Obedecemos ao dever de sobreviver sem saber o porquê.


Tem dias que acordamos e a cabeça lateja - enxaqueca existencial. Levantamos, os postes ainda iluminam as ruas, mas não os valorizamos; eles são incapazes de clarear a nossa alma. Todos os sons parecem exagerados. Todas as cores, de mau gosto. Todos os gestos, plásticos. Perdemos o paladar. Recusamos a distração. Descartamos os conselhos. Preferimos o silêncio. Buscamos o deserto.


Nesses dias, lembramos o colo primordial, que nos embalou com afeto; o rosto meigo, que nos elegeu únicos; o berço emadeirado, que nos protegeu de quedas.


Nesses dias, ficamos atentos para a inclemente cronicidade da existência. Intuimos que só os solilóquios transformam a vaga e doce tristeza em saudade. Só a solidão converte a melancolia em nostalgia. Trágicos, aprendemos a nossa impotência. Abatidos, abandonamos os fingimentos de nossas coreografias mal ensaiadas. Sedentos, ansiamos que Alguém nos dê água viva.



RICARDO GONDIM É PASTOR DA IGREJA BETESDA EM SÃO PAULO.

VOCAÇÃO.


Você sabe que tem uma vocação quando sua contribuição independe de remuneração. Na verdade, quando você está inclusive disposto ou disposta a pagar para continuar a fazer o que faz. Paulo de Tarso era fazedor de tendas por ocupação e apóstolo por vocação. Sua atividade apostólica não dependia de remuneração, e inclusive era, de quando em vez, auto-financiada.


Você sabe que tem uma vocação quando existe uma necessidade do/no mundo a respeito da qual você se sente responsável. Pode ser um grupo social, um povo, uma instituição, uma causa, enfim, algo pelo que você se sente impelido ou impelida a fazer alguma coisa.


Você sabe que tem uma vocação quando aquilo que você faz exige mais do que mera intuição, exige capacitação. Para exercer uma vocação você deve se comprometer a estudar, se aperfeiçoar e se desenvolver de modo a fazer cada vez melhor e com mais excelência, eficiência e eficácia aquilo que faz.


Você sabe que tem uma vocação quando, ao final de um artigo a respeito de vocação, você não tem um monte de interrogações na cabeça. Como na conversa em que um jovem pergunta ao pastor como saber se está apaixonado, e o pastor responde “Não sei, mas sei que você não está”. Quem precisa perguntar “como posso descobrir minha vocação?”, ainda não a descobriu - não significa que não tem uma vocação, mas que ainda não sabe qual é.



pastor Ed René Kivitz no artigo COMO POSSO DESCOBRIR A MINHA VOCAÇÃO?

ESTUDA.


ESTUDA A VIDA E CANTA A LIBERDADE,
COM TODO AFINCO E LÚCIDA ALEGRIA,
A CONDUZIR TEU FACHO, DIA A DIA,
PARA QUE ARDA AO FOGO DA VERDADE.

ESTUDA E CRESCE EM TUA LOUÇANIA,
ANALISANDO COM SAGACIDADE,
MANTENDO AO BEM TODA FIDELIDADE,
GUARDANDO A LUZ EM TUA COMPANHIA.

NÃO TE ACONSELHES,NUNCA,COM OS HORRORES
QUE A IGNORÂNCIA TECE Á TUA VOLTA,
FORJANDO SOMBRA SOBRE O PENSAMENTO.

ESTUDA E GALGA OS RICOS ESPLENDORES,
FUGINDO AO MEDO E A TODA A SUA ESCOLTA,
E PLASMA,EM TI,TEU PRÓPRIO CRESCIMENTO.


SEBASTIÃO LASNEAU.

sábado, 27 de junho de 2009

O EVANGELHO.


Eu sinto verdadeiro espanto no meu coração

Em constatar que o evangelho já mudou.

Quem ontem era servo agora acha-se Senhor

E diz a Deus como Ele tem que ser ...

Mas o verdadeiro evangelho exalta a Deus

Ele é tão claro como a água que eu bebi

E não se negocia sua essência e poder

Se camuflado a excelência perderá!


Refrão

O evangelho é que desvenda os nossos olhos

E desamarra todo nó que já se fez

Porém, ninguém será liberto, sem que clame

Arrependido aos pés de Cristo, o Rei dos reis.

O evangelho mostra o homem morto em seu pecar

Sem condições de levantar-se por si só ...

A menos que, Jesus que é justo, o arranque de onde está

E o justifique, e o apresente ao Pai.Mostra ainda a justiça de um Deus Que é bem maior que qualquer força ou ficção

Que não seria injusto se me deixasse perecer

Mas soberano em graça me escolheu

É por isso que não posso me esquecer

Sendo seu servo, não Lhe digo o que fazer

Determinando ou marcando hora para acontecer

O que Sua vontade mostrará.


Composição: Paulo Cezar DO GRUPO LOGOS.

PALAVRAS E AÇÕES.


Viver é assumir compromisso com o bem. Mas a força do bem nasce das ações, nunca das palavras. O discurso da moralidade tende a tornar-se a caverna onde hipócritas escondem suas mentiras; mentiras que iludem a eles próprios.


Os pecados que o beato domesticou se projetam nos outros feito maldições. Vícios dominados pelo fariseu condenam o próximo ao inferno. Só os perfeitamente puros acreditam conhecer as fronteiras da apostasia. Ao se verem como vigilantes da glória de Deus, são impelidos a guerrear contra tudo o que considerarem empecilho no avanço do Reino.


RICARDO GONDIM.

DOMINAR A TERRA?MAS COMO ASSIM?


Essa visão de interdependência entre todos os seres da natureza foi perdida pela modernidade. Nisso ajudou uma interpretação equivocada da Bíblia - a ideia de que Deus criou tudo e, por fim, entregou aos seres humanos para que "dominassem" a Terra. O domínio virou sinônimo de espoliação, estupro, exploração. Procurou-se arrancar do planeta o máximo de lucro. Os rios foram poluídos; os mares, contaminados; o ar que respiramos, envenenado.
Ora, não existe separação entre a natureza e os seres humanos. Somos seres naturais, porém humanos porque dotados de consciência e inteligência. E espirituais, porque abertos à comunhão de amor com o próximo e com Deus.


FREI BETTO-Frade Dominicano, Teólogo, Antropólogo, Filósofo, Jornalista e Escritor.

PAI-NOSSO.


Pai-nosso que estais no céu, e sois nossa Mãe na Terra, amorosa orgia trinitária, criador da aurora boreal e dos olhos enamorados que enternecem o coração, Senhor avesso ao moralismo desvirtuado e guia da trilha peregrina das formigas do meu jardim,


Santificado seja o vosso nome gravado nos girassóis de imensos olhos de ouro, no enlaço do abraço e no sorriso cúmplice, nas partículas elementares e na candura da avó ao servir sopa,


Venha a nós o vosso Reino para saciar-nos a fome de beleza e semear partilha onde há acúmulo, alegria onde irrompeu a dor, gosto de festa onde campeia desolação,


Seja feita a vossa vontade nas sendas desgovernadas de nossos passos, nos rios profundos de nossas intuições, no voo suave das garças e no beijo voraz dos amantes, na respiração ofegante dos aflitos e na fúria dos ventos subvertidos em furacões,


Assim na Terra como no céu, e também no âmago da matéria escura e na garganta abissal dos buracos negros, no grito inaudível da mulher aguilhoada e no próximo encarado como dessemelhante, nos arsenais da hipocrisia e nos cárceres que congelam vidas.


O pão nosso de cada dia nos dai hoje, e também o vinho inebriante da mística alucinada, a coragem de dizer não ao próprio ego, o domínio vagabundo do tempo, o cuidado dos deserdados e o destemor dos profetas,


Perdoai as nossas ofensas e dívidas, a altivez da razão e a acidez da língua, a cobiça desmesurada e a máscara a encobrir-nos a identidade, a indiferença ofensiva e a reverencial bajulação, a cegueira perante o horizonte despido de futuro e a inércia que nos impede fazê-lo melhor,


Assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido e aos nossos devedores, aos que nos esgarçam o orgulho e imprimem inveja em nossa tristeza de não possuir o bem alheio, e a quem, alheio à nossa suposta importância, fecha-se à inconveniente intromissão,


E não nos deixeis cair em tentação frente ao porte suntuoso dos tigres de nossas cavernas interiores, às serpentes atentas às nossas indecisões, aos abutres predadores da ética,


Mas livrai-nos do mal, do desalento, da desesperança, do ego inflado e da vanglória insensata, da dessolidariedade e da flacidez do caráter, da noite desenluada de sonhos e da obesidade de convicções inconsúteis,


Amemos.



FREI BETTO- Frade Dominicano, Teólogo, Antropólogo, Filósofo, Jornalista e Escritor.

terça-feira, 23 de junho de 2009

VEJA O QUE HÁ DE BELO.


Abra os olhos, olhe através da janela de seu quarto. Veja o que há de belo, veja o que surge de uma semente tão frágil e minúscula.Olhe como o céu é lindo, tente descobrir desenhos nas nuvens, dance com as pétalas da rosa, sobre o vento. Olhe dentro dos olhos dos seus amigos, e descubra o verdadeiro e o falso.Não exija das pessoas o que você não dá a elas.Tome banho de chuva, se esquente no sol.Pare um minuto de seu dia e ouça o som dos pássaros.Procure nas pessoas o que há de mais escondido. Não olhe para aparência nem para os gestos e sim no fundo do coração.Não tenha medo de dizer sim ou não, não seja falso com você mesmo.Procure agradar você antes de agradar os outros.“


Patrícia Mendes Figueiredo”

O jardim ou o jardineiro?


O que é que se encontra no início? O jardim ou o jardineiro? É o jardineiro. Havendo um jardineiro, mais cedo ou mais tarde um jardim aparecerá. Mas, havendo um jardim sem jardineiro, mais cedo ou mais tarde ele desaparecerá. O que é um jardineiro? Uma pessoa cujo pensamento está cheio de jardins. O que faz um jardim são os pensamentos do jardineiro. O que faz um povo são os pensamentos daqueles que o compõem.


(Rubem Alves, 2002)

sábado, 20 de junho de 2009

a vida é um jogo de sobrevivência.


a vida é um jogo de sobrevivência. Entre milhões de espermatozóides em busca do aconchego do óvulo, um o consegue. Este um é você, sou eu, e todos os bilhões de habitantes deste planeta. Todos nós sorteados pela loteria biológica. Nenhum escolheu a família e a classe social em que nasceu. O que não deveria representar privilégio para os que estão livres da miséria e da pobreza, e sim dívida social.


Frei Betto- Frade Dominicano, Teólogo, Antropólogo, Filósofo, Jornalista e Escritor.

bens finitos e bens infinitos.


Uns procuram o que todos buscamos – a felicidade – na via equivocada da posse dos bens finitos. Passam a existência a adquirir e preservar bens supérfluos que tanto poderiam ser úteis àqueles que foram injustamente privados de acesso a uma vida digna – os pobres. Outros fazem de sua trajetória existencial um acúmulo de bens infinitos, como amizade, solidariedade e partilha.


Sabemos todos que a felicidade não consiste na soma dos prazeres, como tenta nos incutir a publicidade dessa sociedade consumista. Mas como é difícil cultivar o exercício das virtudes, o rigor ético, a ecobiologia interior que nos livra do apego, da língua ácida, da inveja, do ressentimento, e preenchem-nos o coração e a mente de espiritualidade, altruísmo, sabedoria e fome de justiça!


FREI BETTO- Frade Dominicano, Teólogo, Antropólogo, Filósofo, Jornalista e Escritor.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

MEU DESEJO PRA VOCÊ.


Para você, desejo o sonho realizado.O amor esperado.A esperança renovada.Para você, desejo todas as cores desta vida.Todas as alegrias que puder sorrir.Todas as músicas que puder emocionar.Para você neste final de ano, desejo que os amigos sejam mais cúmplices,que sua família esteja mais unida, que sua vida seja mais vivida.Gostaria de lhe desejar tantas coisas. Mas nada seria suficiente.Então, desejo que você tenha muitos desejos.Desejo grandes e que eles possam te mover a cada minuto,rumo a felicidade.”


(Carlos Drummond de Andrade)

segunda-feira, 15 de junho de 2009

SOBRE LEITURA.


Quando o hábito de leitura começa a comprometer nossas relações sociais, nosso orçamento financeiro, nossa saúde mental e física, nossos espaços físicos, transformando-se em compulsão, está na hora de uma tomada de consciência e de uma ação, que traga de voltar o prazer "equilibrado" de ler.


Altair Germano no artigo ''compulsão por leitura''.

domingo, 14 de junho de 2009

UM RECADO PARA OS PASTORES E ''PASTORES''.




Ora, o verdadeiro pastor cuida, não domina; ajuda, não controla; alimenta, não explora; só se faz notado em caso absolutamente necessário; e deixa a porta aberta, de tal modo que todos entram e saem e acham pastagem.A analogia do Bom Pastor em João 10, todavia, é perfeita no seu todo apenas em relação a Jesus, e a mais ninguém. Isto porque em relação a Jesus todos nós somos apenas ovelhas do rebanho.Porém, em relação a nenhum “outro pastor”, nós devemos ser “ovelhas do rebanho”; posto que ser ovelha de Jesus já nos põe na condição de só ouvir a voz de um homem se ela for de acordo com a Voz do Único Pastor; do contrário, a ordem de Jesus é para não “seguir a voz do estranho”, pois somos o Rebanho de Deus.Portanto, o verdadeiro pastor de homens é apenas mais um do rebanho único, sendo somente uma ovelha que já se deixou ensinar um pouco mais pela voz do Único Pastor. É na Sua fidelidade e reconhecimento à Voz do Pastor que ele se qualifica para ser pastor entre ovelhas, pois, conforme Pedro, ele se torna “modelo do rebanho”.Assim, é o caminho da ovelha seguindo o Pastor, o que a torna uma ovelha-pastor; visto que seu passo e obediência estabelecem referência para as demais.O problema é que alguns “pastores” e clérigos pensam que são os “Jesuses” da comunidade; e, diferentemente de Jesus, transformam-se nos lobos que não amam as ovelhas, mas apenas os privilégios e poderes que delas “arrancam”.E como agravante, a “igreja”, por ser pagã ainda em sua essência, precisa desses “pastores tiranos”, pois, como associam a “figura clerical” ao “representante de Deus”, sentem-se objeticamente mais seguras se têm um déspota dizendo o que fazer, o que não fazer, com quem casar ou não, e quem é quem.“Não é assim entre vós!”— disse Jesus!Foi por esta razão que Jesus tirou as roupas de cima e se cingiu de uma toalha e passou a lavar os pés dos discípulos. Sim, porque liderar é, sobretudo, poder lavar pés e servir em nudez.Na realidade, além de tudo o que o gesto de Jesus ensina, nele também vemos o modelo existencial do significado da liderança: O líder serve em revelação de sua humanidade. E os liderados são servidos aceitando a humanidade de quem lidera servindo de modo humano. E Jesus disse a Pedro que ou seria assim, ou Pedro não teria parte com Ele!Somente quando os líderes tiverem a coragem de fazer como Paulo e Barnabé, que rasgaram as roupas e expuseram sua nudez quando foram chamados de “deuses”, é que aqueles que crerem no que as lideranças disserem, não ficarão ainda mais adoecidos de idolatria.Hoje se dá o contrário da experiência dos apóstolos: a maioria dos líderes faz todo o possível para passar por deuses; e, o povo, vai se ameninando na fé, apenas trocando de “pai-de-santo”, ou de pajé ou de sacerdote; porém existindo sob a escravidão da espiritualidade da idolatria; adorando e servindo a criatura, mesmo que se vistam de pastores, bispos ou apóstolos.No Caminho nós temos buscado diante de Deus e conforme o Evangelho, quebrar todos esses paradigmas totêmicos. Sugiro que todos, em todo lugar, e com todo bom coração, assim o façam também, em nome de Jesus, o Bom Pastor!



por Caio Fábio

quarta-feira, 10 de junho de 2009

A IMPORTÂNCIA DA PRESENÇA DO LÍDER.



Estando o soberano presente, os distúrbios serão logo percebidos e rapidamente corrigidos;
vivendo longe, o soberano só terra notícia deles quando houverem adquirido proporções
irremediáveis.Além disso,a presença do governante inibirá a ganância de seus lugares-tenentes em despojar a província, uma vez que os súditos poderão ter acesso direto ao príncipe para suas reclamações. por isso, se quiserem agir com lealdade encontrarão mais razão para amá-lo;e, se tiverem a inclinação contrária, terão mais motivos para temê-lo. por outro lado, qualquer potência que tencione atacar a província terá menos disposição para fazê-lo.portanto, enquanto o governante residir num território, será muito difícil arrebatá-lo a seu domínio.


maquiavel no livro ''o príncipe''

terça-feira, 9 de junho de 2009

O QUE É IGREJA.


“Igreja não é movimento de massas, igreja é comunhão dos santos. Igreja é comunhão de gente que se ama, que está querendo ser igual a Jesus, que está querendo, como comunidade, ser igual a Trindade ao ponto de manifestar a unidade que tem na Trindade entre nós; que reconhece que o Espírito Santo é quem comanda a gente, e que o Espírito Santo comanda a gente dando funções para a gente, dando capacidades para a gente, e essas capacidades têm que ser usadas em benefício do outro. Isso é que é uma comunhão. Se isso está marcado, está debaixo de uma instituição como nome, CGC, endereço, ou se isso está se reunindo nas casas, se isso está se reunindo nas aldeias, se isso está acontecendo de condomínio em condomínio, não tem problema. Desde que essas marcas estejam presentes. Se essas marcas não estão presentes, você tem qualquer outra coisa, mas não o que o Novo Testamento chama de igreja.”


PASTOR ARIOVALDO RAMOS.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

SOBRE A VIDA.


A vida é bela - e sempre desejável, dizia o poeta. O dilúvio não descolore a aquarela que se refrata na neblina. Homens e mulheres continuam a esperar por um novo céu e uma nova terra, onde crianças brincam com serpentes. Percebemos o divino no bailar da folha enamorada do vento. Celebramos a formosura de viver no ancião que planta uma árvore, na mãe que ensina a filha surda a falar com as mãos, no menino que, na capoeira, faz da luta uma dança.


A vida é trágica. Subimos no palco sem roteiro. Não passamos de atores sem texto para decorar. Personagens que atuam sem noção do instante que as cortinas descerão. Contracenamos com gente que acabamos de encontrar. Vez por outra escutamos apupos e procuramos as máscaras sorridentes, que disfarçam os constrangimentos. Sem coxia, não temos para onde correr. Assumimos diferentes papeis mesmo sabendo que a tragédia é inevitável. Sofremos. Quando nos acostumamos com os holofotes, o diretor grita: acabou o espetáculo.



RICARDO GONDIM.

sábado, 6 de junho de 2009

Há Momentos.


"Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos é tirar esta pessoa de nossos sonhos e abraçá-la.


Sonhe com aquilo que você quiser. Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida e nela só se tem uma chance de fazer aquilo que se quer.


Tenha felicidade bastante para fazê-la doce. Dificuldades para fazê-la forte. Tristeza para fazê-la humana. E esperança suficiente para fazê-la feliz.


As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas. Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos.


A felicidade aparece para aqueles que choram. Para aqueles que se machucam. Para aqueles que buscam e tentam sempre. E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam por suas vidas.


O futuro mais brilhante é baseado num passado intensamente vivido. Você só terá sucesso na vida quando perdoar os erros e as decepções do passado.


A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar duram uma eternidade. A vida não é de se brincar porque um belo dia se morre."



Clarice Lispector.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

DESPREZO.


Desprezo o rigor dos conservadores que desprezam a ética em nome da ortodoxia.


Desprezo a euforia dos pragmáticos que desprezam o conteúdo em nome do sucesso.


Desprezo a hesitação dos cautelosos que desprezam a consciência em nome da conveniência.


Desprezo a coragem dos demagogos que desprezam a realidade em nome da reputação.


Desprezo a piedade dos religiosos que desprezam a própria humanidade em nome da idealização.


Desprezo a lealdade dos amigos que desprezam a afeição em nome da ocupação.


Desprezo o discurso dos teóricos que desprezam a ação em nome da catequização.


Desprezo a iniciativa dos empreendedores que desprezam a vida em nome do desempenho.



RICARDO GONDIM.

FAZER AS PAZES COM A TERRA.


Ela, a Terra, é, segundo notáveis cientistas, um superorganismo vivo, denominado Gaia, com calibragens refinadíssimas de elementos físico-químicos e auto-organizacionais que somente um ser vivo pode ter. Nós, seres humanos, podemos ser o satã da Terra, como podemos ser seu anjo da guarda bom. Esta visão exige uma nova civilização e um novo tipo de religião, capaz de re-ligar Deus e mundo, mundo e ser humano, ser humano e a espiritualidade do cosmos.


Importa fazermos as pazes e não apenas uma trégua com a Terra. Cumpre refazermos uma aliança de fraternidade/sororidade e de respeito para com ela. E sentirmo-nos imbuídos do Espírito que tudo penetra e daquele Amor que, no dizer de Dante, move o céu, todas as estrelas e também nossos corações.


LEONARDO BOFF NO ARTIGO ''DESAFIOS ECOLÓGICOS DO FIM DO MILÊNIO''