MENSAGEM

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Longínquo e próximo.


O preso sofre porque sonha com o outro lado da muralha; a alegria de correr lhe parece tão próxima. O peixe se desespera porque contempla a água pertinho, na maré baixa, sem conseguir tocá-la. O passarinho gorjeia seu lamento porque a gaiola vazada expõe os galhos da árvore, que parecem acenar convite para uma dança.

Padecemos com a felicidade afastada apenas dois milímetros, mas que não se deixa conquistar. O amor mora na casa vizinha, não nos confins do mundo. Bastaria ter a chave que abre seu portão; mas não temos. A paz pode acontecer com um abraço, porém, sem jeito para ceder, acabamos atolados no ódio.

Existe algo que quase podemos expressar; alguém que quase podemos descrever; um lugar que quase acreditamos existir; uma alegria que quase podemos experimentar, um amor que quase podemos viver; esse quase, mortifica.

Esforçamo-nos para fugir, com os raios da alvorada, e alcançar os confins do universo. Queremos nos distanciar dessa proximidade, ela nos despedaça. Mas lá, muito longe, continuaremos insatisfeitos. Todas essas convexidades residem na alma para nos lembrar que Deus tem o nome de nossos anseios.


RICARDO GONDIM.

caminho do equílibrio entre dois extremos.


- Há dois extremos, ó monges, que devem ser evitados para aqueles que renunciaram a ignorância do mundo.
- Quais são eles?
- Um é a vida de prazeres mundanos extremados, consagrada à concupiscência, ao materialismo, especialmente a sensualidade: essa vida é ignóbil, aviltante e estéril. O outro extremo é a prática habitual do ascetismo e da miséria, infligindo ao corpo uma vida de cruéis austeridades, auto mortificações penosas, tristes, dolorosas e também estéreis. Há uma vida média que é perfeição, que evita esses dois extremos, isto é, levar uma vida humana normal, porém refreando as tendências egoístas e todos os desejos que perturbam a nossa mente. Esse é o caminho que leva à paz, a sabedoria, e à plena compreensão.

(buda sidarta gautama)